As vilas foram sendo construídas em São Paulo,do início do século até a década de 50, sobretudo nos bairros do Brás, Moóca, Belenzinho, Barra Funda, Lapa e Pari, redutos de indústrias.
São Paulo já era uma cidade irriquieta no início do século 20. Nas estações, trens partiam para o porto de Santos carregados do café que verdejava o interior do Estado e acinzentava a capital com a fumaça das fábricas por ele financiadas. Nas indústrias, máquinas a todo o vapor demandavam trabalhadores. Na volta, os trens traziam portugueses, espanhóis, alemães e, principalmente, italianos - a mão-de-obra. Depois do trabalho, os operários seguiam para seus lares, localizados principalmente em conjuntos de casas de aluguel. Essas vilas operárias, como ficaram conhecidas, eram construídas por industriais ou empresários para abrigar famílias de trabalhadores. Muitas continuam de pé, cheias de histórias de gente que ajudou - e ajuda - a construir a metrópole . Muitas ainda pulsam, com mais calma e nov0 significado.
Vila dos Ingleses
O conjunto com 28 sobrados geminados foi construído entre 1915 e 1919 pelo engenheiro Eduardo de Aguiar d'Andrada, bisavô de Moreau, para abrigar os profissionais britânicos e suas famílias. 'Era uma vila operária sofisticada', brinca o atual proprietário. Como os trens passam próximos ao lugar, a estrutura foi projetada para suportar pequenos tremores.
Os telhados, inclinados, dão às casas um aspecto inglês, embora o restante não se diferencie muito das construções paulistanas da época.
Parque Savóia
Construída em 1939 como residência de classe média alta,e após processo de degradação que quase a levou a virar cortiço na década de 1980, a Vila Parque Residencial Savóia agora está definitivamente protegida: foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat), em processo que levou 15 anos para ser concluído. Ela se localiza na Rua Vitorino Camilo na Barra Funda, é constituída por 14 casas e lembra uma vila européia com caracteristicas da arquitetura fiorentina. A Família Lungano ainda administra o imóvel. É incrível seu estado de conservação, parece que foi construída ontem, é maravilhosa.
Vila Maria Zélia
Maria Zélia era o nome da filha do médico e industrial Jorge Street. Dono da Cia. Nacional de Tecidos Juta Belém, no bairro do Belenzinho, ele construiu em 1916 um núcleo residencial digno para seus funcionários, foi a primeira Vila Operária do Brasil. Das 220 casas originais restam 171, a maior parte delas desfiguradas. Cada quadra possuía imóveis de tamanhos e fachadas diferentes. Nas calçadas, o desenho dos pisos é o mesmo do jogo de amarelinha, um motivo para as crianças jogarem. Está tombada desde 1990.
Vila Economizadora
Construída entre 1908 e 1915, a Economizadora não era uma vila operária propriamente dita. Um empreendimento da Sociedade Mútua Economizadora Paulista, tinha as casas alugadas para trabalhadores de diferentes indústrias - e não de uma única fábrica, como é o caso da Vila Matarazzo. O conjunto foi comprado em 1935 pelo comendador João Ugliengo, hoje imortalizado num busto fincado numa das esquinas do lugar. Fica no bairro da Luz.
Vila Penteado
O arquiteto sueco Carlos Eckman foi encarregado do projeto e da construção, que teve início em 1902. O francês Victor Dubugras, radicado no Brasil, projetava também residências nesse estilo em São Paulo, tendo inspirado várias construções posteriores. Quase todo o material empregado na sua construção e decoração veio da Europa, sendo o restante modelado e esculpido no local. O interior da residência apresenta belíssimo revestimento de madeira; o exterior é sóbrio, de uma simetria apenas interrompida por arcos e curvas e pelas ondulações da decoração floral, constituindo um conjunto de grande coerência arquitetônica.
A residência permaneceu nas mãos da família até 1947, quando os terrenos ao redor foram loteados e a casa doada à Universidade de São Paulo, para que nela se instalasse, em 1948, a recém-criada Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. O elegante edifício abriga atualmente os cursos de pós-graduação daquela Faculdade. O acesso ao prédio dá-se pela fachada posterior, na Rua Maranhão, uma vez que o jardim fronteiro à fachada principal, voltada para a Avenida Higienópolis, foi desmembrado e edificado.
Considerada "não só um documento artístico e arquitetônico, mas também um documento histórico de uma etapa da vida universitária de São Paulo", a Vila Penteado foi tombada pelo CONDEPHAAT em 1978. Trata-se de um dos poucos remanescentes do Art Nouveau que sobreviveram à desordenada expansão imobiliária da cidade.
Vila Itororó
A Vila Itororó foi a primeira vila urbana de São Paulo. Idealizada, entre 1.916 e 1.922, pelo tecelão português Francisco de Castro. Sua construção terminou em 1.929. Já na época ficou conhecida como casa surrealista. A Vila, de 4, 5 mil metros quadrados, é considerada um dos lugares mais extravagantes da Bela Vista. A começar pela exótica estátua de ferro da deusa da prosperidade que enfeita a entrada da casa e os dois leões que "guardam" a entrada. O nome Vila Itororó foi uma homenagem à nascente do riacho do Vale Itororó, que abastecia a primeira piscina particular da cidade de São Paulo. É considerada um pedacinho de Portugal dentro da cidade de São Paulo. A construção registra um tempo da imigração na primeira metade do século passado e, por ter características singulares no espaço paulistano, difere das construções do centro da capital.
Vila Holandesa
Fica na Zona Norte de São Paulo
Vila Modernista
Vila Modernista - 1933
O conjunto da alameda Lorena é uma preciosidade modernista que ainda sobrevive na cidade de São Paulo. Sofisticada na sua concepção baseada em preceitos modernistas, pré-corbusianos e com alguns elementos art-deco, as casas de Flavio de Carvalho foram um sucesso principalmente entre os intelectuais, que adotaram a vila como moradia, entre eles o próprio Flavio de Carvalho, Pagu e Geraldo Ferraz. O interessante dessas residências eram a volumetria externa, as aberturas e o pé direito duplo da sala, que lhe conferia dramaticidade e inusitadas visões do espaço interno. A casa vinha para os futuros clientes com um manual de como ser usada, já que se tratava de um modelo novo de habitação na cidade.
Vila Cândida
Vila Cândida é um pequeno oásis de casas coloridas no meio de um quarteirão agitado entre as ruas João Moura, Cardeal Arcoverde e a Teodoro Sampaio, bem atrás da praça Benedito Calixto, em Pinheiros. Nas duas entradas da vila, um grande portal marca a data de sua construção em 1928 e ao entrar é quase impossível de acreditar que próximo a estas ruas barulhentas, entre prédios altos, ficam casas lado a lado, cada uma de uma cor, como se cultivassem ainda a tão esquecida cultura da boa vizinhança.
Vila Michele Anastasi
Referencias: Departamento Patrimônio Histórico/ prefeitura de SP / Jornalista Luciena Aniatti / Casa e Jardim, por Mauricio Marques / http://www.sampart.com.br// www.preservasp.org.br/chegadedemolir.wordpress.com/
Apresentação de slides de todas as fotos das vilas, clique e veja em tela inteira.
7 comentários:
Adorei seu texto sobre as Vilas..Puxa, algumas eu nunca tinha ouvido falar. A minha foto que você postou da Vila Micheli Anastasi na realidade é da Vila Economizadora.
Veja no meu outro blog que tem a foto desta vila
www.chega-de-demolir.blogspot.com
Abs,
Por isso que eu tinha achado que era a mesma, vou trocar, abraço
Olá.. gostaria de saber como faz para ir até o parque Savóia.
Não encontrei nada na internet com informações de visitação.
É aberto à visitação?
Obrigada e parabéns pelo trabalho.
O Parque Savoya fica em uma travessa da Rua Eduardo Prado na Barra Funda, esta rua sai do fim da Av. Rudge.
Meu nome é Margareth. Morei meus primeiros 23 anos de vida no Parque Savóia. Posso afirmar sem dúvida nenhuma que foram os anos mais felizes de minha vida. Tive uma infancia que toda criança deveria ter hoje em dia.
Tiraram o busto da vila economizadora .
morei nessa vila !
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